O Partido Liberal (PL), que a nível nacional se consolidou como uma das principais forças políticas do país, parece atravessar um momento de desordem em Cáceres. A sessão desta terça (23) escancarou o racha interno entre os três vereadores da sigla. Enquanto Jerônimo Gonçalves e Elis Enfermeira mantiveram alinhamento com as orientações da legenda, o Pastor Júnior seguiu por um caminho completamente oposto — votando contra todas as diretrizes que o próprio PL havia adotado.
Jerônimo, que ocupa a liderança do partido na Câmara, esperava que a atuação da bancada seguisse uma linha comum, como ocorre em legendas organizadas e respeitadas. Já Elis Enfermeira, recém-eleita presidente da CPI das Obras, também tem demonstrado fidelidade à orientação partidária. No entanto, a postura do Pastor Júnior surpreendeu aliados e evidenciou o grau de desarticulação interna do grupo.
A divergência ficou clara em todas as votações relevantes do dia, especialmente nos projetos de empréstimo e créditos adicionais. Jerônimo e Elis votaram em unidade contrariando "por hora" as preposições. Pastor Júnior, por outro lado, votou favorável em todas as matérias.
Diante da situação, crescem as cobranças sobre Ricardinho do Empório, presidente municipal do PL. Se quiser manter a coerência e o respeito que o PL possui em nível estadual e federal, Ricardinho terá que agir com firmeza. Ou busca unificar a bancada ou verá o partido perder o pouco de estrutura e credibilidade que ainda resta no município.
“É uma questão de comando e respeito à legenda. Um partido forte não pode conviver com vereadores que votam contra a orientação partidária em absolutamente tudo”, disse um apoiador partidário durante a sessão, enquanto o bate-boca estava solto na câmara.
Enquanto isso, nos bastidores, a avaliação é de que o PL em Cáceres hoje não possui direção política real. E o risco é que, se nada for feito, a legenda acabe sendo apenas um abrigo circunstancial para mandatos individuais — e não uma força partidária coesa como se espera.
