População paga uma das tarifas mais caras do estado por uma água que precisa “descorrer” até ficar transparente
Na sessão da Câmara Municipal desta segunda-feira (31), o vereador Pacheco (PP) fez um pronunciamento contundente sobre a qualidade da água distribuída em Cáceres, denunciando não apenas o serviço precário da autarquia Águas do Pantanal, mas também a omissão da ARIS – Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento, que tem como atual presidente a própria prefeita Eliene Liberato Dias.
Pacheco foi direto ao ponto: “A água está com péssima qualidade, e o consumidor continua pagando caro como se fosse água mineral.” Segundo ele, moradores de diversos bairros relatam que precisam deixar a água escorrer por mais de 5 minutos até que ela pareça limpa — e ainda assim com sabor e odor duvidosos. O vereador alertou que esse desperdício representa não só prejuízo ao consumidor, mas também a total falência do sistema de fiscalização e responsabilidade pública.
Cáceres possui uma das tarifas mais caras de água de todo o estado de Mato Grosso, e, segundo levantamento, pode estar entre as mais caras do Brasil. “Não se trata apenas de um problema de abastecimento. É uma violação do direito básico à água potável, algo que deveria ser tratado com prioridade máxima”, declarou.
Pacheco também lembrou que a prefeita Eliene ocupa simultaneamente dois papéis fundamentais nesse processo: é gestora da cidade e presidente da ARIS, o que, para ele, a torna duplamente responsável pela má prestação de serviço da Águas do Pantanal.
Ele finalizou seu discurso cobrando que providências urgentes sejam tomadas para melhorar a qualidade da água, e deixou entender que a prefeitura deve parar de fingir que não vê o sofrimento das famílias, que pagam caro por um serviço indigno.
A população está cansada de abrir a torneira e ver barro, enquanto a conta chega limpa, pontual e alta.