O Consórcio Intermunicipal da Agência Reguladora de Saneamento de Mato Grosso (ARIS-MT), que começou regulando os serviços de água e esgoto de apenas quatro cidades — Rondonópolis, Tangará da Serra, Cáceres e Lucas do Rio Verde — agora amplia sua atuação para 12 municípios mato-grossenses. A ampliação marca uma nova fase da ARIS-MT, que também passou por mudanças internas: a prefeita de Cáceres, Eliene Liberato Dias, que até então ocupava a presidência do consórcio, deixou o cargo.
O novo presidente do consórcio é Cláudio Ferreira, prefeito de Rondonópolis. Ele foi eleito por unanimidade durante assembleia virtual e assume o compromisso de ampliar ainda mais a atuação da ARIS-MT. O novo vice-presidente é Nei da Farmácia, prefeito de Juara.
O consórcio foi criado para fiscalizar e regular o saneamento básico, atuando como uma espécie de "agência reguladora compartilhada". Mas a dúvida permanece: por que um município precisa pagar para ser regulado por um consórcio, se já possui uma estrutura administrativa local, com secretarias, autarquias e controladoria interna?
Aparentemente, o custo da ARIS-MT não é pequeno. Segundo documentos públicos, a agência cobra taxas dos municípios consorciados para manter a estrutura técnica e fiscalizatória. Enquanto isso, cidades como Cáceres mantêm suas próprias autarquias, como a Águas do Pantanal, gerando questionamentos sobre a real necessidade de duplo controle.
A saída de Eliene da presidência do consórcio foi cordial. No entanto, a mudança também levanta reflexões políticas: seria um sinal de enfraquecimento da liderança de Eliene entre os demais prefeitos, já que a nova eleição ocorreu por unanimidade, sem sua recondução?
Para a população, o importante é saber se, com tantas mãos gerenciando um serviço essencial como o fornecimento de água, finalmente teremos resultados práticos: água potável, tarifas justas e uma prestação de serviço de qualidade. Porque, como bem sabemos em Cáceres, o problema nunca foi pouca fiscalização — mas sim, pouca ação.