Professor missionário acusado de assediar dezenas de alunas é afastado do Colégio Salesiano em Cáceres


Acusado de assediar dezenas de alunas do ensino médio do Colégio Salesiano Santa Maria, em Cáceres, o missionário Marquez Ortega Padilha, conhecido “mestre” suspeito dos crimes, foi afastado das funções. A informação consta de uma carta enviada aos pais das alunas, assinada pelo padre Sandro Giancola, diretor do colégio.


Na carta, a direção ressalta que o fato causou “muita indignação, consternação e dor, pois são exatamente, valores opostos que procuramos propagar, ensinar e viver” e que “uma equipe diretiva do colégio esteve se desdobrando para acalmar os corações machucados e dar apoio aos educadores que jamais compactuaram com esse tipo de atitude”.


Conforme antecipado pelo site Expressão Notícias, o padre Sandro Giancola afirma na carta, que além do afastamento do missionário suspeito, a presidência da Rede Escolar, determinou a vinda para Cáceres, de membros do Departamento Jurídico para “averiguar de perto a situação”. Reafirmou ainda a instauração de Processo Administrativo. Ao todo, conforme uma Nota de Repúdio, elaborada por uma Comissão de Alunos do 3º Ano do Ensino Médio do Colégio, pelo menos, 27 alunas foram assediadas pelo professor-missionário. Todas menores de idade. Os assédios, conforme a comissão de estudantes, ocorriam por meios de redes sociais e até mesmo no próprio âmbito escolar.


Os alunos da comissão relatam com detalhes como ocorriam os assédios. “O professor coagia as vítimas para encontros, mantinha contatos nas mídias e em alguns casos houveram toques físicos”.


Alunos da comissão e as vítimas se reuniram com a coordenação e alguns professores para expor o caso. Porém, não tiveram o apoio necessário. Pelo contrário, a coordenadora desencorajou as alunas a prosseguir com as denúncias junto a polícia e ao Ministério Público.


Em uma gravação através de um celular, durante a reunião – em que a reportagem teve acesso-, dá para ouvir, pelo menos duas alunas, vítimas do abusador, chorando e praticamente implorando para que a coordenação e os professores os ajudassem a denunciar os abusos.

Contudo, a coordenadora diz que para isso elas (as alunas vítimas) teriam que ter provas dos assédios. E, além disso, de acordo com a coordenadora, seria desaconselhável levando em conta que, devido a seriedade do caso, o colégio poderia fechar as portas e, com isso, todos os funcionários perderiam o emprego.


Na Nota de Repudio, os alunos ressaltam que “estamos encerrando o ano letivo no colégio. Mas, nos preocupamos, severamente, com a segurança dos alunos que permanecerão na escola. Por isso, pedimos aos pais, aos alunos e todos que nos acompanham, no repúdio à esse criminoso”.




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