Durante sessão realizada nesta segunda-feira (5) na Câmara Municipal de Cáceres, o debate sobre o colapso na saúde pública voltou a esquentar. Desta vez, o vereador Rubens Macedo atribuiu parte do problema à presença de pacientes bolivianos e de cidades vizinhas, que estariam sobrecarregando a rede local de atendimento, especialmente a UPA e o Hospital Regional.
“Estamos próximos da Bolívia. Muitos bolivianos vêm se tratar aqui, e o sistema não dá conta. Não é só problema da Prefeitura, é do Estado também”, afirmou Rubens, em clara tentativa de blindar a gestão da prefeita Eliene Liberato, responsabilizando o governo estadual e a localização geográfica do município.
A declaração gerou reações imediatas, que veem na fala de Rubens uma tentativa de desviar o foco da má gestão municipal. Uma das críticas mais contundentes veio da vereadora Elis, que rebateu de forma direta:
“Se tivéssemos dado à atenção básica o mesmo foco e empenho que foi dado à contratação de uma agência de marketing, não estaríamos nessa situação. A população não quer propaganda, quer atendimento nas UBSs funcionando de verdade.”
Elis ainda destacou que a superlotação da UPA é fruto direto da ausência de atendimento efetivo nas Unidades Básicas de Saúde, e que a Prefeitura precisa parar de terceirizar culpas e encarar de frente suas responsabilidades.
O clima de tensão na Câmara reflete o sentimento de indignação crescente na população, diante de casos como o da criança dormindo no chão da UPA, que viralizou no fim de semana. Enquanto parte da base governista tenta atribuir a crise ao Governo do Estado ou à demanda vinda de fora, a oposição pressiona para que Cáceres olhe para dentro e enfrente com seriedade sua própria omissão administrativa.
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