Reunião emergencial escancara o abandono da saúde em Cáceres: mais vereadores da Bolívia do que de Cáceres

 A Câmara Municipal de Cáceres sediou, na noite desta quinta-feira (8), uma reunião emergencial para tratar do colapso na saúde pública do município. Mas o que era para ser um grande passo rumo à solução de problemas históricos acabou se tornando um retrato ainda mais grave da desorganização política, omissão administrativa e negligência institucional.

A reunião, marcada para as 19h, contou com apenas seis dos 15 vereadores cacerenses: Flávio Negação (presidente), Cezare Pastorello, Elis Enfermeira, Jorge, Valdeníria Dutra, Magaly, Pacheco e Domingos. O vice-prefeito Luiz Landim também participou. Em contrapartida, a presença de vereadores da Bolívia — inclusive o prefeito da cidade-gêmea San Matías — foi mais expressiva do que da própria bancada cacerense, fato que causou indignação em grande parte do público.

A ausência da prefeita Eliene Liberato Dias foi notada e criticada por vários participantes. Para muitos, foi uma demonstração clara de que a gestão municipal evita o debate quando o assunto é saúde pública, especialmente em meio à crise escancarada nos últimos dias, com imagens como a de uma criança dormindo no chão da UPA, que viralizou nas redes sociais.

População tomou a palavra e escancarou a realidade

Moradores afetados pela precariedade da saúde foram ao plenário com relatos fortes. Um morador do bairro Santo Antônio denunciou que a prefeita prometeu a construção de uma Unidade Básica de Saúde (UBS), que já tem até o local destinado, mas até hoje nada foi feito.

Outros moradores relataram esperas de 5 horas por atendimento, agendamentos que levam até 15 dias e são remarcados por mais 15, obrigando muitos a buscar a UPA mesmo com casos leves. Maria, também moradora do Santo Antônio, afirmou que perdeu o pai esperando atendimento.

Falta de compromisso e deboche

A reunião também foi marcada por momentos de desrespeito. A representante da Secretaria Municipal de Saúde, ao ser confrontada com dados pelo vereador Cezare, riu e se retirou da sala, sendo chamada de volta pelo presidente Flávio Negação. Ela não se pronunciou.

Dona Ana Antonia, moradora presente, resumiu o sentimento geral:

“Eles não têm compromisso com o povo. aos que nao vieram são irresponsáveis.”

Mesmo diante da presença do prefeito de San Matías e de vereadores de cidades vizinhas, a baixa adesão da Câmara e a ausência do Executivo Municipal mostraram que o problema não é apenas orçamentário — é de postura, prioridade e vontade política.

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