A reunião emergencial realizada na quinta-feira (8) na Câmara Municipal de Cáceres, para discutir o colapso da saúde pública, teve momentos de tensão e desconforto — principalmente após a ausência do vereador Rubens Macedo, que, embora ausente fisicamente, teve sua atitude citada por colegas.
Rubens, durante sessão anterior, havia declarado que parte do problema da saúde pública de Cáceres seria causado pela alta demanda de pacientes bolivianos, devido à localização de fronteira da cidade com San Matías, na Bolívia.
A declaração foi vista como xenofóbica e desrespeitosa, especialmente porque a própria reunião contou com a presença do prefeito de San Matías e de diversos vereadores e representantes da saúde boliviana, que vieram dialogar e propor soluções conjuntas, e não disputar espaço.
Cezare rebate: “Cáceres recebe verbas justamente por atender bolivianos”
Em resposta, o vereador Cezare Pastorello pediu a palavra para se desculpar publicamente pela fala do colega.
“Isso não representa o pensamento do povo de Cáceres. A verdade é que ganhamos recursos exatamente por sermos referência regional, inclusive para San Matías”, afirmou.
Segundo Pastorello, a cidade recebe verbas extras do governo federal com o fim de atender esses povos — além de fortalecer a justificativa para futuros projetos como o Hospital Universitário.
Desabafo de autoridades bolivianas
Representantes bolivianos relataram momentos de humilhação durante atendimentos emergenciais, inclusive quando ouviram de servidores brasileiros frases como:
“Vá buscar socorro no seu país” — mesmo diante de situações de risco de vida.
Uma autoridade médica boliviana, inclusive, afirmou que já foi publicamente constrangido por uma servidora da regulação, mesmo trazendo um paciente em estado crítico.
“Viemos aqui porque acreditamos que Cáceres é nossa parceira. Mas somos tratados como um fardo, não como irmãos.”
Ainda segundo o grupo, leis bolivianas impedem a ampliação de hospitais em cidades pequenas, o que torna Cáceres essencial para salvar vidas da região fronteiriça. Eles lembraram ainda que, para chegar até a capital boliviana (La Paz), são 700 km de distância, sendo 400 km em estrada de terra — ou seja, uma opção impraticável em emergências.
Constrangimento institucional
Durante a fala de Cezare, quando foi demonstrado com dados que a cidade não perde recursos por atender bolivianos — mas sim quando os aplica mal —, a representante da Secretaria Municipal de Saúde riu e saiu da sala, aumentando ainda mais o constrangimento diante dos visitantes estrangeiros.
O presidente da Câmara, Flávio Negação, pediu que ela fosse chamada de volta e afirmou:
“Ela está aqui como responsável. O mínimo é que escute e responda.” Mas ela nada falou!
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