A crise na saúde pública de Cáceres (MT) ganhou novos contornos nos últimos dias, com relatos alarmantes sobre a situação do Hospital Regional de Cáceres e do Hospital São Luiz — este último, desde que passou a ser administrado pelo Regional, também tem sido alvo de duras críticas da população.
Segundo denúncias recebidas, há sérios problemas de organização, falta de vagas e negligência no atendimento, atingindo, de forma especial, os pacientes mais vulneráveis: as crianças recém-nascidas.
O caso mais emblemático aconteceu no último sábado (26), quando um bebê, com apenas três dias de vida e portador de um grave problema cardíaco, foi praticamente abandonado à própria sorte por falta de estrutura e gestão. Sem leito disponível e sem encaminhamento eficiente, a família precisou recorrer ao Ministério Público, que, em atuação emergencial, conseguiu uma liminar para obrigar o Estado a providenciar o atendimento.
O drama só teve solução após a Justiça determinar, de forma urgente, a transferência do bebê — não para a capital, Cuiabá, onde o sistema também enfrentava falta de vagas —, mas para a cidade de Rondonópolis, localizada a mais de 200 km de distância.
A situação acende um alerta sobre o colapso silencioso que vem se instaurando desde que a administração do Hospital São Luiz foi incorporada à estrutura do Hospital Regional. Pacientes e familiares relatam um cenário de socorro precário, descaso com urgências médicas e falhas graves no acolhimento.
Há denúncias de que a triagem para atendimento de recém-nascidos, crianças e adultos em estado crítico não vem sendo feita com a agilidade necessária, além da falta de transparência na gestão de leitos de UTI e do número reduzido de profissionais especializados, como cardiopediatras e neonatologistas.
O sentimento crescente entre a população é de revolta e indignação, com pedidos urgentes para que o Governo do Estado intervenha e promova uma reavaliação completa da gestão do Hospital Regional de Cáceres, sob risco de mais vidas serem perdidas por erros administrativos.
A cidade, que já sofre com carência histórica em áreas essenciais, vê agora seu principal centro de saúde pública — que deveria ser referência — mergulhar em denúncias e perda de credibilidade.
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