Governo Lula utiliza linguagem neutra em eventos oficiais e ministra promete barrar uso nos órgãos públicos

Nos primeiros dias do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), observou-se a adoção da linguagem neutra em cerimônias oficiais. A primeira-dama, Rosângela da Silva, conhecida como Janja, e o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, utilizaram o termo "todes" ao se dirigirem ao público em eventos de posse ministerial.


O uso de "todes" é uma tentativa de incluir pessoas que não se identificam exclusivamente com os gêneros masculino ou feminino, promovendo uma comunicação mais inclusiva. No entanto, essa prática não é reconhecida pela norma culta da língua portuguesa e tem gerado debates acalorados na sociedade e no meio político.


Paralelamente, a atual ministra do Turismo, Daniela Carneiro, quando exercia o mandato de deputada federal, coassinou um projeto de lei que visa proibir o uso da linguagem neutra em instituições de ensino públicas e privadas. O projeto argumenta que a introdução de novas formas de flexão de gênero deturpa a língua portuguesa e pode prejudicar a compreensão dos estudantes.


Além disso, em dezembro de 2023, a Câmara dos Deputados aprovou uma emenda que proíbe o uso de linguagem neutra na comunicação de órgãos públicos. A emenda foi incorporada a um projeto de lei que institui a Política Nacional de Linguagem Simples, cujo objetivo é tornar a comunicação governamental mais clara e acessível. A proposta ainda aguarda análise e aprovação pelo Senado para entrar em vigor.


O debate sobre a linguagem neutra reflete a tensão entre iniciativas de inclusão e a preservação das normas tradicionais da língua portuguesa. Enquanto defensores argumentam que a linguagem neutra promove a visibilidade e o respeito às identidades de gênero diversas, opositores sustentam que ela pode complicar a comunicação e desrespeitar as regras gramaticais estabelecidas.


O tema permanece em discussão no Congresso Nacional e na sociedade, evidenciando a complexidade de equilibrar inovação linguística, inclusão social e normatização oficial da língua.


 

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