A prefeita Eliene Liberato estuda cortar até cinco secretarias para tentar controlar o descontrole financeiro que tomou conta de Cáceres. A situação não surpreende: por anos, os gastos excessivos em obras eleitoreiras sem planejamento, sem fiscalização adequada e feitas às pressas para agradar o eleitorado acabaram gerando um rombo nos cofres públicos, que agora precisa ser corrigido de forma drástica.
Segundo informações da gestão municipal, a medida visa adequar as despesas à realidade orçamentária e garantir que a máquina pública continue funcionando. No entanto, o cenário que se desenha é de uma cidade com estrutura sucateada, serviços precários e servidores temendo cortes e atrasos.
Obras sem qualidade cobram seu preço
A crise não veio do nada. Durante os últimos anos, a Prefeitura investiu em asfaltamentos de última hora, calçamentos mal feitos, recapeamentos superficiais e outras obras com mais aparência do que durabilidade. O resultado? Ruas esburacadas meses depois de inauguradas, estruturas deterioradas e dinheiro público desperdiçado.
Muitas dessas obras foram realizadas sem um plano de manutenção, e o descaso com a qualidade já está cobrando seu preço. Os bairros que receberam asfalto recentemente já apresentam buracos e rachaduras, exigindo novos investimentos que a Prefeitura agora não tem como bancar.
Cortes e redução de serviços à vista
Se confirmada, a redução de secretarias deve afetar diretamente os serviços prestados à população. A cidade já sofre com falta de médicos na UPA, precariedade na coleta de lixo, problemas na educação e ruas mal cuidadas, e agora a situação pode se agravar ainda mais.
A pergunta que fica é: se a gestão soubesse administrar os recursos com responsabilidade e planejamento desde o início, a cidade estaria passando por esse sufoco agora?
A realidade é que, após anos de gastos descontrolados e promessas eleitoreiras, a Prefeitura se vê obrigada a cortar na carne para tentar estancar um sangramento que já estava anunciado há muito tempo. Agora, a população aguarda para ver se a prefeita conseguirá realmente controlar os gastos ou se essas medidas serão apenas mais um paliativo diante da crise que se instalou em Cáceres.