A cidade de Cáceres, conhecida como a "Princesinha do Paraguai" e situada em uma das regiões mais ricas em biodiversidade do Pantanal mato-grossense, perdeu a chance de se beneficiar de um investimento significativo de R$ 886.809,60. A quantia estava vinculada a um projeto de promoção internacional do turismo sustentável no Pantanal, com foco em safáris e experiências ecológicas voltadas para turistas estrangeiros, principalmente europeus.
A iniciativa, liderada pelo governo federal em parceria com estados pantaneiros, foi divulgada recentemente durante um evento internacional de turismo. O objetivo era atrair visitantes internacionais para explorar as riquezas naturais e culturais do Pantanal. Entretanto, Cáceres não foi incluída entre os destinos promovidos, o que levanta sérias questões sobre a falta de estrutura e articulação da administração municipal e estadual.
Oportunidade Perdida
De acordo com especialistas do setor turístico, Cáceres possui todos os atributos necessários para ser um destino turístico de destaque, incluindo sua rica fauna, flora e o prestigiado Rio Paraguai. Apesar disso, a ausência de investimentos em infraestrutura turística, a precariedade na preservação ambiental e a falta de iniciativas para integrar a cidade em projetos estratégicos como este resultaram em sua exclusão.
“Cáceres tem um enorme potencial, mas parece invisível para os grandes projetos de promoção turística. Essa invisibilidade é fruto de uma gestão que não prioriza articulações estratégicas nem investimentos no setor”, comenta um especialista local.
Impacto na Economia Local
Além do valor financeiro perdido, estima-se que a exclusão de Cáceres dessa campanha resulte em prejuízos para setores diretamente ligados ao turismo, como hotelaria, gastronomia, transporte e comércio. A falta de promoção também limita o crescimento do turismo internacional, um mercado em potencial para a economia local.
Enquanto isso, outras regiões do Pantanal, como a do Mato Grosso do Sul, conseguiram aproveitar a oportunidade e foram incluídas na campanha internacional. Os safáris ecológicos promovidos oferecem experiências como avistamento de onças-pintadas, navegação em rios e contato direto com a natureza, o que atrai milhares de turistas europeus em busca de destinos exóticos.
Uma Questão de Gestão
A exclusão de Cáceres desse projeto reflete a necessidade urgente de políticas públicas voltadas ao fortalecimento do turismo. Enquanto cidades vizinhas avançam, Cáceres segue estagnada, carecendo de planejamento integrado e de um olhar estratégico para o setor.
Além disso, a falta de articulação entre os governos municipal e estadual contribui para a perda de oportunidades como esta, que poderiam colocar a cidade no mapa internacional do turismo ecológico. A ausência de infraestrutura básica, como estradas de acesso de qualidade, serviços turísticos qualificados e preservação dos recursos naturais, também afasta investidores e visitantes.
Reflexão Necessária
Cáceres, com todo o seu potencial, precisa de uma gestão que compreenda o valor estratégico do turismo para o desenvolvimento econômico e social. A exclusão do município de uma campanha tão importante deve servir como um alerta para que os gestores locais e estaduais priorizem políticas que coloquem a cidade em destaque no cenário turístico internacional.
Sem isso, oportunidades como esta continuarão a ser perdidas, privando Cáceres não apenas de investimentos, mas também de reconhecimento e desenvolvimento sustentável.