Entre janeiro e junho deste ano foram registrados 664 casos de estupro e estupro de vulnerável só em Mato Grosso. Os dados, que se referem apenas a vítimas femininas, são da Secretaria Estadual de Segurança Pública (SESP-MT), divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
No Brasil houve uma explosão de violência sexual nos últimos dez anos, os números do primeiro semestre de 2023 já a revelam um cenário devastador no país, com 34 mil casos, 14% a mais em relação ao registrado no mesmo período de 2022, quando houveram 29.580 (vinte e nove mil quinhentos e oitenta) vítimas.
Especialistas indicam que a sensação de impunidade aumentou desde o início do ano, com isso crimonosos se sentem mais a vontade para praticar crimes, sem contar que em muitos casos até a crise financeira pode ser um fator ponderante como o caso ocorrido em Cáceres que juntou a sensação de impunidade com a exploração financeira.
RELEMBRE ALGUNS CASOS MARCANTES
Um criança de 10 anos foi estuprada diversas vezes pelo líder religioso Idamil Fidelis Pereira, que atuava como pastor em Cáceres. O criminoso pagava até R$ 10 para a mãe da menina, que vendia a vítima para o estuprador. Registrado no dia 06 de outubro, o caso repercutiu cerca de quatro dias depois, quando vídeos que mostram o criminoso arrumando as calças com a criança ainda dentro da casa, passaram a circular nas redes.
Na noite de 24 de novembro, Cleci Calvi Cardoso e suas duas filhas foram mortas e estupradas pelo pedreiro Gilberto Rodrigues dos Anjos. Ele invadiu a casa da família pela janela do banheiro, atacou mãe e as meninas com uma faca. Enquanto elas ainda agonizavam, o criminoso estuprou as vítimas e fugiu com a calcinha de uma delas. O caso aconteceu no município de Sorriso (397 km de Cuiabá).
As vítimas são Cleci Calvi Cardoso, 46 anos; e suas filhas Miliani Calvi Cardoso, 19 anos; Manuela Calvi Cardoso, 13; Melissa Calvi Cardoso, 10 anos. A menina mais nova é a única que não foi estuprada. Ele a asfixiou.
Em agosto deste ano, a advogada Cristiane Tirloni foi assassinada pelo ex-policial militar Almir Monteiro dos Reis. A vítima conheceu o criminoso em um bar localizado nas proximidades da Arena Pantanal, em Cuiabá, no dia 13. Na mesma data, ela aceitou um convite para ir à casa dele, onde se negou a ter relações sexuais e acabou sendo estuprada, agredida, asfixiada e morta. Após o crime, o estuprador limpou a cena com creolina e sabão em pó e ainda tentou se livrar do corpo.
Há mais de oito anos, Cristiane trabalhava na defesa de crianças vítimas de violência na Justiça. Ela deixou duas filhas, uma de 20 e outra de 14 anos.
A pequena Yara Salvador Matiello, 9 anos, foi estuprada e morta a golpes de enxada pelo próprio tio, José Marcos da Silva Lima. A menina foi sequestrada pelo tio durante a madrugada de 20 de setembro e levada a casa onde morava, em um sítio no município de Terra Nova do Norte. Lá, ele a estuprou e a sufocou. Ao enterrar o corpo, a vítima ainda se mexia, então para “confirmar a morte”, ele deu golpes de enxada no corpo de Yara.