Uma fala do Papa, que deveria soar como o óbvio, acabou se tornando manchete e motivo de polêmica em boa parte da grande mídia brasileira.
Em recente declaração, o Papa Francisco reafirmou que “só Jesus Cristo salva” — e que a Virgem Maria, embora venerada, não é co-redentora nem tem poder de salvação.
O tema, embora simples e antigo, foi transformado por veículos de comunicação em uma espécie de “ruptura” na doutrina católica. Manchetes como a do G1, que destacou “Papa diz que Maria não salva e impõe limites à veneração”, deram a entender que o Vaticano estaria restringindo a devoção mariana — o que, na prática, não é verdade.
O que o Papa quis dizer
A declaração, feita durante uma reflexão sobre a fé cristã, reafirma o que a Igreja Católica sempre ensinou: Maria é a Mãe do Salvador, mas não é a salvadora.
O próprio Papa explicou que a missão de Maria é conduzir os fiéis a Cristo, e que toda veneração à Mãe de Deus deve apontar para o Filho.
“Jesus é o único Redentor. Maria é a mulher da fé, a primeira discípula, e a que nos conduz ao encontro com Ele”, afirmou o pontífice.
Doutrina antiga, manchete nova
O ensino sobre o papel de Maria nunca mudou: os católicos veneram, mas não adoram Maria.
A veneração é um gesto de amor e respeito àquela que, com seu “sim” a Deus, permitiu a encarnação de Cristo.
A adoração, por outro lado, é reservada somente a Deus — Pai, Filho e Espírito Santo.
A grande mídia, porém, tratou o tema como uma novidade teológica. Especialistas católicos explicam que o mal-entendido acontece quando se mistura fé com manchete, desconsiderando o contexto doutrinário e a linguagem da Igreja.
O papel de Maria para os católicos
Na tradição católica, Maria é intercessora e exemplo de fé.
Ela não salva, mas intercede.
Ela não redime, mas inspira.
Sua missão é apontar o caminho para Cristo, como fez nas Bodas de Caná, quando disse: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (João 2,5).
“O sangue de Jesus, que tem poder, é o sangue de Maria. Por isso o católico vê nela um espelho de pureza e de entrega total a Deus”, explicam teólogos.
A devoção mariana, portanto, não é idolatria, mas um modo de honrar a Mãe do Salvador e seguir seu exemplo de humildade e obediência.
Quando a fé é usada para gerar confusão
A fala do Papa não muda nada na doutrina, mas revela algo que se repete com frequência: a fé sendo usada como combustível para gerar engajamento e divisão.
Ora são os católicos, ora os evangélicos, ora qualquer grupo religioso — todos acabam virando alvo da chamada “indústria da polêmica religiosa”.
No caso de Maria, o que o Papa fez foi apenas relembrar o centro da fé cristã:
Jesus é o único Salvador.
Maria, com sua entrega e exemplo, é quem nos ajuda a chegar até Ele.
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