Setembro Amarelo: Sózinha, palavras bonitas não salvam

Quando se fala em suicídio, a primeira reação costuma ser uma frase pronta: “você não está sozinho”. Mas a verdade é que muitas pessoas que tiram a própria vida não se sentiam solitárias. Tinham família, amigos, colegas de trabalho, estavam em festas, em igrejas, em grupos de WhatsApp. E mesmo assim, o vazio foi maior.

O que o Setembro Amarelo nos obriga a encarar é que o problema não é apenas “estar sozinho”, mas se sentir invisível. Quantas vezes você cumprimentou alguém sem olhar nos olhos? Quantas vezes respondeu “tudo bem” sem querer ouvir a resposta? O que mata, muitas vezes, não é a falta de gente por perto, mas a falta de escuta verdadeira, de atenção sincera.

Outro dado que passa despercebido: a maioria das pessoas que tentam suicídio não quer morrer. Elas querem, desesperadamente, parar de sofrer. Querem uma pausa, um alívio, um respiro. Quando a dor emocional não encontra espaço para ser dita, ela encontra outras formas de gritar.

Por isso, mais do que postar frases prontas, o desafio do Setembro Amarelo é aprender a enxergar além da superfície. É ter coragem de fazer perguntas incômodas: “você tem pensado em desistir?”, “quer conversar sobre isso?”. É entender que falar sobre suicídio não incentiva, salva.

O suicídio não é um ato de fraqueza, mas de desespero. E o antídoto não está apenas em campanhas, mas no cotidiano de cada um de nós: olhar nos olhos, ouvir sem julgar, oferecer presença sem pressa.

Setembro Amarelo não é só sobre quem pensa em morrer. É sobre quem precisa aprender a ajudar a viver.

📲 Se precisar conversar, o CVV (Centro de Valorização da Vida) atende 24 horas, gratuitamente, pelo número 188.

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📰 Informação com responsabilidade. Verdade, doa a quem doer.



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