O governador Mauro Mendes voltou a responsabilizar o Judiciário pela sensação de insegurança no país. Em evento realizado, em São Paulo, ele afirmou que a “sensação de impunidade” é a principal causa da violência. Segundo Mendes, leis brandas e um sistema burocrático teriam criado um ambiente em que “o crime compensa”.
Entretanto, a fala do governador soa como tentativa de transferir responsabilidades. Em Mato Grosso, a insegurança é uma realidade que se agrava pela própria falta de gestão eficiente da segurança pública. Em Cáceres, por exemplo, a reportagem do Folha de Cáceres mostrou recentemente que grande parte do efetivo policial vinha sendo mobilizado para cobrir as “blitzes” – que é necessário, mas não o unico problema –, deixando bairros e ruas da cidade sem patrulhamento adequado.
Coincidentemente, logo em seguida, a Polícia Militar lançou a Operação Centro Seguro, que intensificou a presença policial na área central do município. Desde então, moradores relatam uma sensação maior de tranquilidade, com aumento expressivo de abordagens a pessoas em atitude suspeita e reforço ostensivo nas ruas.
Ou seja, enquanto Mendes tenta justificar a insegurança jogando a culpa em leis federais e no sistema judicial, que sim, tem muitas falhas, os fatos mostram que quando há uma mudança de postura na gestão estadual, como com a operação em Cáceres, os resultados aparecem rapidamente.
A fala do governador sobre “penas severas” como solução para o crime revela uma visão simplista, quando a realidade é que falta eficiência no uso dos recursos já disponíveis para prevenção. O Estado, que diz investir em armamentos, viaturas e presídios, só agora deu uma resposta visível em Cáceres — e a população percebeu a diferença.
Mais do que discursos em eventos nacionais, o que os mato-grossenses esperam é uma segurança pública presente no dia a dia, que não deixe a comunidade vulnerável enquanto o governo busca culpados em Brasília
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