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A Câmara Municipal de Cáceres está prestes a vivenciar um marco histórico: a abertura da primeira Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). A chamada “CPI das Obras” já possui as cinco assinaturas que é o necessário para ser instaurada e deverá apurar uma série de denúncias envolvendo contratos e execuções de obras públicas iniciadas no período eleitoral da prefeita Eliene Liberato Dias.
O pedido foi formalizado na sessão da segunda-feira passada. Entre os signatários já confirmados estão os vereadores Elis Enfermeira (PL), Pastor Júnior (PL), Jerônimo (PL), Pastorello (PT) e Flávio Negação (MDB).
Obras suspeitas e denúncias populares
A motivação para a CPI está alicerçada em diversas reclamações da população, que apontam supostos indícios de superfaturamento, uso de material de baixa qualidade, e o abandono de diversas obras logo após o fim do período eleitoral. Um dos casos mais emblemáticos mencionados envolve a estrutura metálica da Praça da Feira.
Além disso, há suspeitas de que diversas ruas asfaltadas em tempo recorde para fins de campanha estejam apresentando deteriorações precoces e finalização inacabadas, o que levanta questionamentos sobre a qualidade da execução e a fiscalização do poder público.
CPI: busca por transparência ou embate político?
Apesar do apoio de parte do Legislativo, outros vereadores ainda analisam o teor da CPI antes de decidirem se irão subscrevê-la. Segundo alguns parlamentares, o conteúdo técnico e jurídico está sendo avaliado para garantir que o pedido de investigação não tenha viés político-partidário, mas sim um objetivo legítimo de defender o interesse público.
A CPI surge, portanto, como um instrumento para esclarecer possíveis irregularidades — seja para comprovar desvios, seja para demonstrar que a Prefeitura agiu dentro da legalidade. “Se não houver nada de errado, a CPI servirá para deixar isso claro e reforçar a confiança da população”, comentou um dos vereadores que ainda está avaliando a adesão à comissão.
Por outro lado, parlamentares da base da prefeita Eliene, como Rubens Macedo e Valdeníria Dutra, já se manifestaram contra a abertura da comissão, alegando que a fiscalização pode ser feita sem a necessidade de uma CPI. Em sessão recente, Rubens chegou a levantar críticas ao Partido dos Trabalhadores, buscando desviar o foco da discussão. Já Valdeníria afirmou que a iniciativa pode tumultuar o ambiente político.
O que esperar?
Com a CPI das Obras já garantida, os próximos passos devem incluir a definição da composição da comissão, o calendário das oitivas e diligências, e o detalhamento dos alvos principais da investigação.
Enquanto isso, a população acompanha com expectativa o desenrolar desse processo, que promete lançar luz sobre o uso dos recursos públicos e o verdadeiro legado da atual gestão municipal.
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