Uma indicação apresentada pelo vereador Franco Valério está gerando polêmica e preocupação entre educadores e profissionais da saúde. A proposta sugere a inclusão da bebida tradicional “aluá” na merenda escolar das unidades públicas de ensino do município.
Segundo o parlamentar, o objetivo é valorizar a cultura regional e proporcionar aos estudantes o acesso a uma bebida típica, feita à base de milho ou arroz fermentado com açúcar mascavo ou rapadura. A ideia, no papel, pode até parecer simples, mas acende um sinal de alerta quanto aos riscos sanitários e nutricionais que a bebida pode representar para crianças e adolescentes.
O que é aluá?
O aluá é uma bebida antiga, de origem africana e indígena, muito consumida em festas populares. Sua preparação envolve a fermentação natural de ingredientes como milho, arroz, casca de abacaxi ou pão amanhecido, com adição de açúcar ou rapadura. Em alguns casos, é deixada em repouso por até 3 dias.
E é justamente nesse processo de fermentação que mora o problema.
Os riscos do aluá para crianças
Embora o aluá seja considerado refrescante e saboroso, a fermentação natural pode gerar a presença de álcool, ainda que em pequenas quantidades. Além disso, há risco de contaminação microbiológica, principalmente se o preparo for feito sem controle higiênico rigoroso.
Segundo nutricionistas e especialistas em alimentação escolar, crianças não devem consumir alimentos ou bebidas com qualquer teor alcoólico, nem mesmo residual, por questões de saúde e desenvolvimento. Também há preocupações com a possibilidade de reações adversas em alunos com intolerâncias, alergias ou sistema imunológico mais sensível.
Além disso, a própria legislação do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) exige critérios rigorosos de qualidade, segurança alimentar e nutricional, o que pode dificultar a aprovação de um produto caseiro e fermentado como o aluá no cardápio escolar.
O que diz a prefeitura?
Até o momento, nem tem o que dizer, por se tratar de uma indicação não tem valor nenhum, é como se fosse uma ideias dada a prefeitura e que se ela quiser ela faz ou não, não existe nem mesmo a opbrigação de responder ao legislativo, a Secretaria Municipal de Educação não se manifestou oficialmente sobre a indicação do vereador. Caso a proposta avance, o tema deverá passar por avaliação técnica das áreas de nutrição, vigilância sanitária e jurídica da gestão municipal.
A valorização da cultura local é sempre bem-vinda, mas quando o assunto é alimentação escolar, o cuidado precisa ser redobrado. Afinal, estamos lidando com a saúde de milhares de estudantes da rede pública.
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