O Legendários é uma iniciativa voltada exclusivamente para homens que busca reconectá-los com Deus, com valores espirituais e com sua missão como líderes na família e na sociedade.
Com retiros intensos de 72 horas, atividades físicas desafiadoras e um ambiente de imersão espiritual, o movimento tem atraído atenção não só por sua proposta, mas também pelos rostos famosos que passaram por lá. Entre eles, Thiago Nigro (o Primo Rico), Eliezer (ex-BBB) e até o pai do jogador Neymar, que recentemente participaram dos encontros no Brasil.
Quem são os líderes?
O movimento foi fundado em 2015 pelo pastor guatemalteco Chepe Putzu, da Igreja Casa de Deus, e hoje está presente em 13 países, incluindo o Brasil. No país, os retiros vêm sendo coordenados por diversos líderes evangélicos, especialmente ligados a igrejas neopentecostais, Apesar de ser um movimento “sem religião”.
É parecido com acampamentos católicos?
Para quem já participou de acampamentos católicos, como os organizados por comunidades como Shalom, Canção Nova, ou Toca de Assis, e aqui em Cáceres por quase todas as paróquias, a estrutura do Legendários pode até parecer familiar: imersão, espiritualidade, momentos de partilha, desafios e superação. Porém, muitos que frequentaram os dois movimentos relatam que, apesar das semelhanças no formato, falta ao Legendários aquilo que é considerado essencial no acampamento católico: a presença dos sacramentos, a Eucaristia e a tradição litúrgica da Igreja.
Críticas e elogios
Alguns católicos mais tradicionais têm feito críticas ao movimento, afirmando que o Legendários atrai principalmente por envolver celebridades e promessas de superação pessoal, mas sem clareza teológica. Outros fiéis se preocupam com o risco de que a proposta “sem religião” possa acabar relativizando verdades centrais do cristianismo, especialmente aquelas defendidas pela Igreja Católica por milênios.
Segundo esses críticos, a fragmentação do cristianismo não foi causada pela Igreja Católica, mas por movimentos que se separaram dela, os chamados protestantes – justamente o grupo do qual a maioria dos coordenadores do Legendários faz parte.
Já os defensores do movimento afirmam que o objetivo é aproximar homens de Cristo, sem levantar bandeiras religiosas, e que o importante é a vivência da fé e da transformação pessoal. Para eles, a divisão entre católicos e evangélicos atrapalha mais do que ajuda, e o Legendários seria um espaço para viver a espiritualidade sem rótulos.
O que é fato é que o Legendários tem causado impacto — seja pelas experiências pessoais dos participantes, seja pelas discussões que levanta entre católicos e evangélicos. E, mesmo com as divergências, o movimento parece tocar em uma necessidade real: a de homens que buscam reencontrar seu propósito e seu papel diante de Deus.
Mas para muitos católicos que conhecem a profundidade da fé sacramental, fica a sensação de que existe algo que o Legendários ainda não consegue oferecer: o Cristo plenamente presente na Eucaristia e a riqueza espiritual que a Igreja carrega desde os primeiros séculos.
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