O governo da Bolívia pediu auxílio ao Brasil para combater incêndios florestais na fronteira entre os dois países. A solicitação, enviada à Agência Brasileira de Cooperação, envolve a disponibilização de aeronaves para combate direto às chamas e transporte de brigadistas e bombeiros.
À reportagem, o Itamaraty informou que avalia a demanda e não estabeleceu prazo para responder à solicitação. Os estudos sobre a viabilidade da cooperação são conduzidos pelo Grupo de Trabalho Interministerial sobre Cooperação Humanitária Internacional, vinculado ao Ministério das Relações Exteriores.
O Brasil tem quase 3,5 mil quilômetros de fronteira com a Bolívia. A extensão abrange quatro estados brasileiros, incluindo Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que há três meses sofrem com incêndios no Pantanal.
Devastação ambiental
Mais de 1,5 milhão de hectares foram destruídos pelas chamas, o que deixa um rastro de devastação ambiental e morte de animais. A área completamente destruída representa quase 10% de todo o território nacional. A chegada de uma frente fria zerou os incêndios, mas há possibilidade de que ainda existam focos subterrâneos, chamados de “turfa”.
Na Bolívia, o bioma é chamado de “Chaco”. O encontro dos territórios ocorre na Serra do Amolar, santuário da biodiversidade e Patrimônio Natural da Humanidade localizado entre as cidade de Cáceres (MT) e Corumbá (MS). Por lá, pelo menos um foco de incêndio permanecia ativo até a noite de domingo, segundo boletim do Corpo de Bombeiros sul-matogrossense.
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) indicam que o país vizinho teve 5.568 focos de incêndios nos últimos meses, foram 310 somente nas últimas 48 horas.