O deputado federal eleito, coronel Assis (União), afirmou que poderá não seguir o seu partido, caso declare apoio ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo ele, aderir à base do futuro presidente seria uma incongruência política.
"Eu apoiar o governo Lula não tem como. Fiz uma política totalmente divergente. E assim, não tem como, não dá", disse o ex-comandate da Polícia Militar de Mato Grosso durante o Encontro Municipalista Mato-grossense, realizado pela Associação Mato-grossense dos Município (AMM) na quinta-feira (1).
Segundo ele, seria traição com os 47.479 votos que obteve. "Não tenho como eu trair o meu povo que votou em mim, né? Eu não posso maneira alguma apoiar pautas que sejam divergentes do que eu propus na minha campanha. Eu não posso tratar, apoiar pautas, por exemplo, que vão contra o que defendo, as situações que eu coloquei lá atrás, aí não tem como, então não dá", reafirmou.
Apesar das declarações, Assis diz que ainda haverá uma reunião com a bancada federal eleita do União Brasil e que lá ele colocará a sua opinião sobre como deve se posicionar em relação ao futuro governo Lula.
Assis segue o mesmo posicionamento do presidente estadual do União Brasil e também deputado federal eleito Fábio Garcia, que solicitará liberação da legenda para atuar de maneira independente. A posição dos dois diverge das demais lideranças da sigla, como o governador Mauro Mendes e o senador Jayme Campos, que defendem um voto de confiança para Lula. Ambos garantiram que vão atuar para ajudar o governo 'dar certo'.
Manifestações
Coronel Assis também saiu em defesa dos manifestantes de Mato Grosso que estão acampados nas margens das rodovias no estado e na 13ª Brigada em Cuiabá. Segundo ele, é um direito da livre manifestação, desde que não interfira no ir e vir da população. Em sua fala, ainda criticou o fato dos atos serem classificados como 'antidemocráticos'.
"Na verdade a manifestação é justa. No passado não muito distante, outras pessoas que também não concordavam com determinados assuntos, também se manifestavam. E isso de maneira alguma em nenhum momento foi chamado de antidemocrático", reclamou.
As manifestações em Mato Grosso ocorrem desde o dia 30 de outubro, quando o presidente Jair Bolsonaro (PL) saiu derrotado das urnas. Desde então, os manifestantes acusam sem provas, de que houve fraude nas urnas, e pedem intervenção militar no país para que Lula não tome posse.
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